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domingo, 29 de julho de 2012

Vale Azevidismo ou Socratismo, a escapatória pelo nevoeiro.

Boa noite.

Verifiquei que nos últimos tempos temos sido bastante repetitivos na forma como construímos a nossa controvérsia história. Aparentemente as nossas relações de dois cumes apresentam sempre algumas semelhanças com os mitos longínquos que a nossa história escreveu um dia. Talvez nos falte inspiração para algo mais ou as circunstâncias e erros culturais continuem a ser os mesmos, apesar de toda a evolução de valores e recursos que a sociedade portuguesa tem tido. Não vejo criatividade para a criação de novos mártires salvadores. 

Lembro-me do primeiro como se fosse hoje, o Sebastião. Prometedor porém inconsequente amigo da esperança e para piorar um pouco mais as coisas, ainda sofria da síndrome "vou mudar o mundo". Por outras palavras, ingénuo de ambição desmedida. Hoje ainda é vivo. O subconsciente histórico desenvolveu-se de tal maneira na população portuguesa que se tornou fácil ver um Sebastião a qualquer esquina onde o manto de nevoeiro se mantenha. O depósito de esperanças para um português é um murro no discernimento. É preciso existir esperança... Nem que seja num D. Sebastião que aparecerá passado milhares de anos e nós tirará a todos da vida menos boa que obrigatoriamente temos que levar. 

Pode mudar de nome, ter um aspeto diferente, falar bem e até convencer-nos que a ilusão que nos é dita é simples realidade que apenas os iluminados conseguem ver, no entanto existe algo que não poderá mudar.

O facto de não ser o primeiro a aproveitar esta fragilidade cultural. 

Quem aproveitou não teve assim tão grande futuro. Foi apanhado e é ouvido o seu nome apesar de a distância que os separa da origem, com saudade porque em dia de nevoeiro lá voltarão.

O Sr. Azevedo tem tantos processos em tribunais portugueses que seria possível escrever três epopeias, e com o que sobraria podia-se preencher todo o apetite do Fernando Mendes.

O Sr. Sócrates foi procurar a França aquilo que não encontrou em Portugal, uma cambada de motivos para estudar filosofia. Digo-vos com toda a certeza, procurou mal. 

A esperança havia, só que o poder corrompeu o homem.

E com o homem corrompido a capacidade esvanece-se.

Cumprimentos aos interessados. 


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