Um vitória moral sob uma plateia ausente.

Um bom dia de domingo.

Sol reluzente, brisa fresca e expetativa alta para o espetáculo público que se adivinhava. Esfregavam-se todas as mãos e até se comia um belo lanche pela módica quantia de 3,60€. De barriga com dor, óculos de sol e nokia na mão lá fui eu, rumo à esplanada no café da terra. Mesmo ao lado da junta de freguesia, diga-se. Sentado e com aquela dor de quem procura incessantemente saber que decisão tomar, pedi uma imperial fresca, um mil folhas e para encerrar um café acompanhado com dois cubos de gelo. Sentia-se no ar um abrasador ambiente, também pelo sol. A segunda imperial foi inevitável sempre me disseram que é considerado de senso comum, que refrescar as ideias leva a uma melhor decisão.

Finalmente farto do ambiente pouco produtivo à minha volta decidi retomar caminho e entretanto a uma distância de segurança, deixei um olhar decidido de esquina sobre o movimento na junta, apenas um cão rafeiro e provavelmente com uma lata vermelha personalizada na boca naquilo que à distância me parecia dizer "País"....

Cheguei a casa e o espetáculo já tinha começado, sou alguém com uma personalidade bastante relaxada e dada a avançada idade adormeço facilmente, no entanto não me esqueço que falaram bastante de mim. Afinal, fiz parte.

Abstenção.

Circunstância

Em reparo de saudade descrevo que a ausência do exprimir entrelaçado me fez enraizar num novo caminho de descoberta. Oriundo da génese da vida e sempre aquém de nós próprios, surge uma mão invisível que nos empurra lentamente a ver as circunstâncias que nos são inerentes. A procura incessante de respostas leva-nos à ânsia da descoberta, deixando antever misteriosamente em manto coberto, o espectáculo que irá dar num futuro nosso, localizado em presente alheio. Fazendo tudo em apenas uma coisa, a circunstância, que é o sítio onde a tua realidade te irá levar aquando da leitura deste último ponto.

É simplesmente a forma como um ponto te faz viajar...