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domingo, 22 de julho de 2012

A relva já não é o que era.

Boa noite. 

Sinto-me indignado, tenho saudades daqueles tempos em que a relva era um lugar coberto de gramado ou de ervas rasteiras. Em que podia andar e deitar-me por cima dela, apreciar aquele aspeto com tendências verdejantes que se atenuam consoante as estações do ano e o tino fino naturalmente recalcado por diversos animais. Sempre foi a relva que conheci, infelizmente há pouco tempo tudo mudou.

A relva está por cortar, apresenta-se com um aspeto asqueroso, não me dá vontade de meter o pé, (mesmo com botas calçadas) falta-lhe o cheirinho e ainda por cima parece que só reconhece duas estações do ano. (outono e inverno) Acabou por haver substituição do verde que a caracterizava por um amarelo enjoativo que lhe faz jus e corresponde à lata com que permanece no meu jardim. Penso que foi invadida também por fungos e bichos que começam a prejudicar a harmonia e equilíbrio do ecossistema fronteiriço e lateral da minha casa, porque a minha palmeira sem nada dizer, começa a baixar também as suas grandiosas folhas e existem boatos que se queixou ao cedro.

Lembro-me das promessas que me fizeram, esta relva está para durar uns quatro anos. Tem vários certificados e diplomas, até o próprio jardineiro dizia, por experiência de vida garanto-lhe que está garantida uma equivalência a gramão também. Com esta mistura nada engana!

Durante uns tempos fiquei convencido que poderia ter um jardim belo como o que estava no catálogo do jardineiro João, na verdade até tenho. 

Porém existe um enorme problema. 

Cada vez que olho para o meu jardim lembro-me de ti, Relvas.

Estragaste tudo, até o meu jardim.

Cumprimentos aos interessados.

2 comentários:

  1. Para mim o melhor "Post" até agora :D perfeito a todos os níveis com uma critica fantástica através desta analogia :D. Faz-me lembrar aquelas criticas ditatoriais, que se faziam antes de abril de 74 para que a censura em nada pudesse pegar.
    A tua sorte,neste momento, é haver muita gente "ceguinha" que continua a dizer que apontar é feio, caso contrário, estarias feito ao bife com o dito cujo.

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  2. Quando o escrevi a intenção inicial não era fazer parecer isso mas agora que referiste tal opinião. Dou-te razão, parece mesmo.
    Sem dúvida, o não apontar do dedo, ainda se encontra instalado na nossa sociedade.
    Sem falar, daqueles que por vezes apresentam à frente dos olhos uma venda colorida. O que dificulta ainda mais o ato de apontar o que quer que seja.
    Enfim, é o que temos.
    Obrigado pelo comentário (:

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