Interessados

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Pequeno Pensamento, o oitavo.

Boa noite,

Ousa pelo menos cometer uma loucura na tua vida, pois quem nunca louco foi.
Vivo ficou por ser. 

Cumprimentos aos interessados


Pequeno pensamento, o sétimo.

Boa noite,

As manifestações parecem o sorteio do Euromilhões. Acontecem semana a semana e eu só vejo os portugueses a queixarem-se dos números!

Cumprimentos aos interessados.

Ponto.



Inicio de tudo, continuação de tudo e final eterno do mesmo. É assim a vida do ponto que dá forma a todas as formas que vemos, calcamos e apalpamos, sem nunca esquecer a sua própria interdependência de si próprio pois um ponto é apenas um ponto constituído por outros pontos e isso dá-lhe eternidade temporal, pois a sua simplicidade específica permite-lhe estar em todo o lado com funções e aspetos diferentes.
A sua diversidade é atingível apenas por aquele que tentar decifrar a complexidade pontual que se estabelece num simples ponto. Garantido é que a desilusão cairá sobre ele pois nesse ponto de pequenez inquestionável, encontra-se constituído por outros pontos por decifrar, onde a perseverança de quem quer resolver este problema se esbate contra um muro porque afinal de contas não seremos nós pequenos de mais para tentar compreender uma realidade que de tantas coisas pequenas vive e que até para a grande humanidade torna-se difícil de decifrar, razão que nos leva a desistir e tentar apelidar a sua simples aparência como simplicidade.

Como é possível uma coisa tão simples e rotineira, ter um carácter tão complicado até mesmo na sua génese mais insignificante. Não sei, não percebo, é triste. Olho-me ao espelho e declaro que não atingi.

Se serei eu a resolver este problema do simples ponto?
Não, eu propus um problema para o qual não possuo solução. Irá ficar esquecido devido à rotineira vida que levo cheia de pontos e à ausência de tempo para os discutir.
Resta-me apenas voltar ao mundo dos pontos, olhar em volta e concluir que tentei.
Dizendo para mim mesmo da mesma forma de sempre:

- Continuarei a dar um redutor significado, à questão do ponto. Porque quando tentei dar-lhe outro mergulhei em questões infundadas que em vez de me proporem uma resposta, apenas me trouxeram mais questões e para viver num mundo onde as questões me afligem prefiro onde estou inserido porque esse, eu o conheço há algum tempo.

Cumprimentos aos interessados

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Horizonte de alcance pouco alcançável.

Ironicamente vai-se estabelecendo a distância entre um ser. Apara-se o tempo como se pode. Para-se o momento como quem nunca ansiou viver. Olha-se como quem come de fome. Toca-se como nunca se tocou. Esquece-se do esquecimento, imaginando o tempo que o vento um dia levou, esquecendo-o de seguida como se ninguém o tivesse imaginado. 

Tudo segue em sentido único para o aproximar daquele ser. Falta memória para ver o que se andou e ficou para trás, vagos fragmentos aparecem e se dá apreço ao momentâneo pensamento. Tudo o que era e é, foi um dia. Tudo o que um dia foi, era e é. Dilema de quem pensa, dúvida de quem vive. Resta esperar que entre ontem e hoje, amanhã me reconheça. Porque o tempo passa e não vai sozinho. Leva-nos, oxalá entre o passar de tempo, eu nunca tenho passado do tempo e ficado lá atrás expectante que alguém o vivesse por mim ou esperando por alguém que me fosse buscar.

Oxalá, entre ontem e hoje, amanhã me reconheça. Se tal não acontecer é devido à distância que criei entre mim e o meu ser.

O que me vale é que nesta vida, existem cartas que vão com a nossa vontade.

Eu mandei uma a mim mesmo, com aviso de receção. 

Sei que foi recebida. 

Agora pergunto-te: E a tua?


Cumprimentos aos interessados.

      

Pequeno pensamento, o sexto.

Boa noite,


Os portugueses manifestaram-se no sítio errado. Talvez não tivesse sido mal pensado terem feito isto em Berlim. É lá que reside o problema.


Cumprimentos aos interessados

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Só? Só, mais 5 minutos.

Olhava para o passado, queria que fosse hoje. Cara enrrugada, cansaço de vista, esquecimento de vida, perda de paladar, artroses de tempo e falta de ar. Era assim, seu triste fado. Encaminhava-se para o fim com a sintonia estritamente necessária, nenhuma nota falhava. Rim, falhou. Cabeça, falhou. Vista, falhou. Perna, falhou. Por tanta coisa falhar, nada falhava. Ainda sabia quem era, não todo o dia. Nesse bocado era infeliz. Preferia a parte do dia em que a constante ignorância de não saber quem se é, lhe alimentava a esperança de ser um jovem ser. 

Levantava-se por volta das 7h, saía e olhava à beira da porta, já ninguém lhe bate. Apenas o vento de inverno o visita e nada tem de simpático. É o antipático que vem sempre com a comadre chuva, não se percebe. Não trás nada com ele, só arrasta e desvasta. A meio da manhã esquecia-se quem era, sonhava de olhos abertos com as conversas que nunca teve à beira ria e com os cruzeiros de alto-mar onde trabalhou sol a sol.  Sentia a fome mas não sabia o nome, passava. Adormecia na cadeira de baloiço que rangia ao som do tango que um dia dançou em Espanha, lugar onde nunca esteve. Sonhou. 

A tarde trazia o cansaço da sua existência, ia dormir. Vivia pouco, o seu sonhar era a sua vida.

Não tinha forças para sair da cama. 

No leito da sua morte ninguém o percebeu, a gesticulação não se compreendia tamanha era a falta de dentes. 

Assim, ele sonhou e disse:

- Só? Sim, estou. Só, mais 5 minutos.

Ninguém apareceu porém ele sonhou que sim.

Valeu-lhe o sonho para escapar à solidão.


Sim, o coração falhou. Só?

Cumprimentos aos interessados.

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Homenagem

Boa noite,

A cobardia do ser humano nota-se quando se aproveitam dos inocentes, para fazer provar que mais alto valor se levantou. 9/11

Cumprimentos aos interessados.

domingo, 9 de setembro de 2012

Pequeno pensamento, o quinto.

Nasci num país onde a palavra que mais se associa à política é a incompetência.
Encontro-me exausto como eleitor e ainda nem comecei a votar.

Conclusão:
- começo a contribuir para incompetência generalizada.

Cumprimentos aos interessados

Pequeno pensamento, o quarto.

Boa noite,

Aos 18 anos sinto-me português.
Vivo na base dos poucos que tenho e todos dias descubro que me irão continuar a retirar muito.

Que fado.

Cumprimentos aos interessados.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A corrida


Sob o ponto de partida
Ansiosos pelo disparo
Estão os autores da vida
Que irão correr sem amparo

Estranho é …
A vontade conjunta de dar um tiro no pé
Para atrasar a inevitável passagem de meta
Alongando assim a sua vida de treta

Além de ansiosos, também cobardes o são
Porque quem coragem tem para dar tiro no pé
Pouca vontade terá de se pôr em pé
Não dando o natural uso ao seu coração

Enfim, corrida desnecessária
No final lá estarei para os receber
Estendendo a mão com o prémio desejado
A morte a acontecer

Até porque a mim, já me calhou
E a cada vencedor da corrida
Trato de encaminhá-lo para quem o tanto quer
Deixando-me com sorriso irónico na meta, dizendo:
Parou, vós já ganhastes!

Pequeno pensamento, o terceiro.

Boa noite,

As relações entre as mulheres é parecido com os jogos sem fronteiras. Quando aparenta que a prova está a acabar existe sempre mais um obstáculo, sem nexo.


Cumprimentos aos interessados.


Pequeno pensamento, o segundo.

Boa  noite,

Vou dormir sendo austero, quero atingir o cúmulo. Não tenciono acordar, assim manda o novo pacote.


Cumprimentos aos interessados.


Roda viva.


O espaço entre olhos, deixa a memória refugada e afogada em esquecimento. Lembra a existência de algo. Era o feliz passageiro que prosseguia seu caminho parado e sentado, os quilómetros eram feitos pela velha barulhenta. A corrida do tentar chegar a tempo, o tropeção de atrasado, trautear de conversa esporádica,  lembrar do esquecimento do bilhete, a greve do dominador da velha e o perder da mesma, metiam-no numa roda viva.
O seu destino não era o mesmo que ela, mesmo assim serviam-se um ao outro. Eram razoáveis espetadores da vida, audazes na forma como ofereciam seu tempo um ao outro. Só que
inconformados pela falta de tempo, quando o tempo era tudo o que queriam. A velha necessitava dele para descansar e o passageiro precisava dela para chegar.

Rastos de vida por ali passaram e ficaram. Simples rasgões, pequenos pernoitares de cansaço e apesar de tanta necessidade um do outro, ninguém me tirava o alívio que sentia quando te deixava, velha.

Não voltava a olhar para trás porque sabia que quando necessitasse de ti, tu me voltarias a ir buscar.

Confiava-te o meu tempo.


Cumprimentos aos interessados.