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terça-feira, 24 de julho de 2012

Má educação, algo deplorável.

Boa noite.

Existiam todas as condições para que de um dia normal se tratasse.

Fiz a minha lide diária e liguei a televisão num canal de notícias para me manter informado como qualquer cidadão. De repente, sem qualquer aviso prévio, nem notificação ou carta registada, mandam-me lixar. 

Fiquei incrédulo e comecei logo a formular várias hipóteses de quem possa ter cometido tal ato inconsequente:

- Alberto João volta a cometer uma gafe propositada e diz algo que não pode dizer, apesar de ninguém no continente o ouvir. Errado.

- Marcelo diz que viu e não fez nada mas comenta. Errado.

- Terá sido uma pessoa na praia a perguntarem-lhe pelo estado do país e em quem ia votar. Errado. 

- Jorge Jesus com algum verbo mal aplicado tentava explicar o porquê da ausência de um defesa esquerdo no Benfica. Errado.

- Mais um estrangeiro que chega ao Sporting e se enganou, quando tentava falar português. Errado.

- Futuro desempregado quando vê o subsídio que vai receber. Errado.

- Jovem licenciado quando vê mais uma oportunidade a fugir-lhe devido ao excesso de formação. Errado.

- Nova música de Michel Teló, um pouco mais estúpida. Errado.

Começava a ficar sem imaginação...

Decidi focar-me em quem estava a discursar, eram um homem alto de óculos e que afirmava estar a fazer dieta a par com os portugueses. A dele com saladas gregas e manhã no ginásio, a do português com pão e água acompanhado de uma corridinha para roubar o alimento.

Segui a passo de corrida para uma conclusão, era Passos Coelho!

Não acreditei naquele desvairo de quem escreve discursos. Alguma coisa estava mal, como é possível um primeiro-ministro dizer tal coisa ao eleitorado. Essencialmente porque lhe foi oferecido um tacho para quatro anos de vida agradável pelos contribuintes. Um homem que passeia, conhece novos sítios, novas pessoas, tem motorista, trata de participar em privatizações para garantir o seu futuro nos próximos anos e ainda tem a sorte de contar com uma oposição parlamentar muda, que anda a passear em terreno ardido e não sabe onde deve apagar fogos, pois chega sempre tarde ao local. Só pode dizer, AMO-VOS ELEITORADO.

Paradoxalmente era algo que eu sempre quis ouvir vindo de um político mas quando analiso bem o que foi dito sinto-me ofendido. Com uma grande vontade de dizer:

- Que se lixe, Passos. Tu tens o teu tacho, quero ver se também arranjo o meu.

Mais vos digo:

- Parece-me que a vida em Portugal é um espetáculo de entrada livre, onde ninguém quer entrar. Quase como a assembleia da república. (para assistir)

Cumprimentos aos interessados.


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