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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

(Des)Euforia

Boa noite. 

Aproveitando a boleia de quem se dirigiu a Londres para fazer algo, deduzi que não teria longas férias no estrangeiro e que sairia do avião na primeira ronda, rumo a casa. O meu estado de euforia fazia-me lembrar os velhos tempos áureos de esperança eterna numa entidade transportadora aérea, que me levaria a outros destinos. Permitir-me-ia ausentar-me daquele que estado de (des)euforia que se vivia no país da cauda pomposa da velha Europa. Dentro do avião olhava para o afastamento com alívio e ansiedade. Sabia o que estava a deixar para trás, problemas, dívidas, pessoas e até a vontade de voltar. Tudo ficava naquele pequeno armazém que tinha alugado, provavelmente roubado por larápios que andavam a rondar a zona há 15 dias. Olhavam-me de lado, porque aparentava ser mais um fugitivo. Retribuía o olhar porque me pareciam omnipresentes no que toca a olhar para o meu armazém. Tínhamos uma coisa em comum, apenas essa. A vontade de fugir. Só que eu ao contrário deles, tinha bilhete. Existia trabalho, consistência, esforço e regularidade. Eles continuavam com a filosofia de ser pessoas com um conjunto de oportunidades, nem que fossem aquelas de saquear a mala ao virar da esquina ou de esticão de mão por ouro.

Bem aproveitadas e no meio de tanto atrapalho, algumas escapavam ao Inspetor. Sem esquecer o processo encravado que lhe dará mais tempo para surgirem outras oportunidades. 

No meio de tanto (des)euro, (des)coerência, (des)folhear e de (des)fragmento. 

Decidi  ir embora, deixando um recado aos larápios:

-  Homem de negócio, não é aquele que espera o telefonema. É o que liga.

De certa forma, liguei-lhes. (tinha deixado a chave do armazém na fechadura)

Disse, com prazer: 

- Negócio Fechado. 


Cumprimentos aos interessados.

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