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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Acontece, corvo.

Acaso de quem voa sem destino premeditado, não olhando céus porque os olhos cerram com a força do vento. Voando para o autómato, que tem tudo de nobre, que é o ato de viver, sendo um ser livre de voar para onde e quando quiser.

Abrindo asas, procurando rajadas e ensaiando batalhas perante as gotículas de água que por mais insignificantes que sejam não param de fazer o peso que as evita levantar. Vai o corvo, rumo a uma terra sobre a água e apesar de sem força para levantar, aguenta a queda a pique e vai-se deixando ir constatando-se com a infeliz realidade que o seu fim está próximo, é algo habituado a clima temperado.
Por mais que queira pairar sabe que tal não é possível face aos diferentes ares que surgem em todas as direções e assim reconhece que parar não é mais que uma mera ilusão criada por um reflexo de esperança inútil, onde o seu minúsculo cérebro gerou o seu primeiro pensamento. Corvo, estatelou-se no chão e rapidamente foi reduzido a uma falha de presença em si mesmo.

Prometeu numa próxima, voar. Sim, com os olhos abertos.    

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