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sábado, 26 de outubro de 2013

A criativa

Que me consome por dentro
Leva-me a lugares onde nunca estive e onde nunca vivi
Agarra-me a pessoas que anseio agarrar
Com toda a certeza que mais tarde ou mais cedo irei desesperar.
Com a sua ausência inoportuna
O que tornará ainda mais difícil prosperar,
Nesta triste vida que nos quererá sempre levar.

Essa ausência no meu coração ferido
Que me dói de tanto dorido.
De todas as vezes que me magoaram,
Principalmente naquelas em que necessitava da sua presença
E pena minha é que nesses alardos de tempo, apenas se ausentaram
Deixando uma mágoa que perdura como se fosse uma desavença
Que me consome por dentro como uma metáfora criada pela minha consciência
Que sobrevive enquanto a minha existência não for uma ciência.
Que se rende, deixando uma pura displicência.

Certo, é aquilo que eu não deixarei ninguém tirar-me
Os momentos incertos e vividos que proporcionei
Sem esquecer os que me proporcionaram
Por vezes meros fundos de nada
Fazendo deles uma recordação eternamente recordada
Que dependerá sempre dos outros nadas que os outros terão para me dar
Esperando sempre pelos ocupas que estarão dispostos a levar-me a vaguear
Por caminhos desocupados, que anseia ser viajados.
Por aqueles que vivem do viajar que é a vida, quando viajada o é.

Tentando lembrar sempre, os eternos ocupas do meu coração
Com uma homenagem, a seu jeito.
Onde quem me vive, viverá também
Nem que seja sempre num vaivém desfeito.
Onde a dúvida me aquece, quando a certeza me diz: bem feito!

Coisa que nunca irá provocar um desdém eterno
Porque afinal só sou aquilo que não sou
Quando os outros interpretam erradamente aquilo que sou.
Pois, aquilo que sou é essência da criativa.
Que me consome de tal maneira que até lhe posso chamar de vida.

Devaneio criativo diria o outro,
Esse outro que foge à responsabilidade diária que lhe atribuíram
Fugindo de todos os sentimentos que sente e protagoniza nos outros
Deixando sempre um final por adivinhar
Esperando por aquela  
Que um dia poderá querer arriscar

Arriscar o quê?
Atear um fogo de gládio no seu coração.
Transformando assim o seu audaz talento e sofrimento
Em mais uma obra, com alguma repercussão.
Deixando-o sempre assombrado por um estado de solidão.
Pois, quando se olha ao espelho quebrado de paixão
Apenas conclui: Sozinho viverá e só morrerá.
Sem nunca descobrir a futura ocupa do seu coração.

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